O cobertor das escolas estaduais é curto. Neste ano, o governo esticou uma ponta, mas faltou na outra. Diferentemente de 2014, quando 14 colégios de Santa Maria registraram a falta de 22 educadores no primeiro dia de aulas, neste ano, a maior carência é no número de merendeiras, faxineiras e servidores administrativos.
Nesta quinta-feira, quando mais de 21 mil alunos da rede estadual voltaram aos bancos escolares, o Diário conversou com 34 das 41 escolas. Em nove delas faltaram 32 funcionários. O quadro de professores não está 100%, mas chegou quase lá. Se comparado a 2014, a falta de professores é bem menor. Agora, só seis escolas registraram problemas com educadores.
Nossa prioridade foi centrada nas salas de aula. Estamos fazendo um levantamento dos funcionários e, se for o caso, faremos remanejo. Se permanecer a falta, solicitaremos à Secretaria Estadual nomeação ou contrato emergencial afirmou a coordenadora da 8ª Coordenadoria Regional de Educação, Iara Druzian.
A realidade da volta às aulas na rede estadual neste ano é vivenciada na Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa. Em 2014, cinco professores faltavam no primeiro dia de aulas. Agora, o quadro está completo. Mas há falta de dois funcionários. De acordo com o diretor do Cilon, Leonardo Kurtz Gonçalves, ter todos os professores é qualificar o ensino aos estudantes.
Além dos professores, começamos o ano com uma estrutura ótima. O muro está pronto, o telhado consertado, o pátio melhorado. Temos novas salas, como a de literatura e a de projeção. Começar assim é ótimo destaca o diretor.
Quem está sofrendo na escola são as atuais servidoras. Como faltam duas faxineiras, as responsáveis pela merenda têm de fazer o quebra-galho.
A gente se desdobra o quanto pode. Tem vezes que trabalhamos muito mais lembra a merendeira e "faz tudo", Pedrolina Melo de Freitas, 51 anos, e a 25 servidora na escola.
A situação
O Diário ouviu 34 das 41 escolas estaduais de Santa Maria. Dessas, oito registraram falta de 32 funcionários, cinco sofrem com falta de nove professores e quatro estão sem transporte escolar para pelo menos 390 alunos
*Desça a barra de rolagem para ver em quais escolas o quadro de servidores está incompleto
Ficaram de fora do levantamento sete colégios: três estão sediados em prédios que não são de responsabilidade da Secretaria Estadual de Educação (colégios dentro do presídio, do Case e da Brigada Militar), duas escolas indígenas (que não têm regime regular de ensino) e duas escolas que o Diário não conseguiu contato (Reinaldo Coser e Marechal Rondon)